Investigando as causas da infertilidade
Você sabia que aproximadamente 1 em cada 8 casais têm algum tipo de dificuldade para engravidar? A infertilidade é uma condição que parece solitária e assustadora à primeira vista, mas é mais comum do que muitos pensam.
O primeiro passo para superá-la é reconhecê-la, isto é, perceber que a gravidez está demorando para acontecer e buscar ajuda. Quando a mulher tem até 35 anos, recomenda-se investigar causas de infertilidade após um ano de tentativas naturais que não estão dando certo. Após os 35 anos é recomendável procurar ajuda após 6 meses de tentativas e após os 40 anos até mesmo antes disto, pois a fertilidade diminui muito rapidamente nesta fase da vida.
É muito importante entender que a fertilidade e a infertilidade são condições do casal e que tanto homens quanto mulheres podem ter algo que as afetem. Estatisticamente, em aproximadamente 30% dos casos de infertilidade o homem tem algum fator; em outras 30-40% das vezes é a mulher quem apresenta alguma alteração na fertilidade. Mas atenção, é igualmente comum a presença de mais de um fator que dificulta a ocorrência de uma gestação naturalmente: em aproximadamente 30% das vezes, tanto o homem quanto a mulher tem condições que justificam a infertilidade.
É importante também reconhecermos que há limitações tanto no conhecimento médico quanto nos exames disponíveis. Contudo, em apenas 10% dos casos a origem da infertilidade é desconhecida.
Especialmente no caso da mulher, é preciso levar em consideração também a idade, uma vez que a fertilidade feminina diminui com o passar do tempo. Então, se você tem mais de 35 anos e está enfrentando dificuldades para engravidar naturalmente, procure ajuda.
Ao longo dos meus mais de 15 anos de experiência em reprodução assistida, tenho me dedicado a ajudar pacientes a descobrirem os motivos pelos quais estão enfrentando dificuldade para engravidar e a estabelecer a melhor estratégia para atingirem seu objetivo, utilizando as técnicas mais avançadas em reprodução assistida.
Agendar consultaPasso a Passo da Investigação
O primeiro passo da investigação da infertilidade é a anamnese, também conhecida como aquela entrevista detalhada para conhecer os pacientes. Este é um passo muito importante, pois aqui, eu coleto dados de doenças pré-existentes, tiro dúvidas e ajudo a amenizar um pouco da angústia que muitos pacientes sentem diante de um possível diagnóstico de infertilidade.
A partir das informações colhidas na anamnese e das hipóteses formuladas, solicito exames complementares que ajudam a estabelecer o diagnóstico. Alguns exames devem ser feitos em todos os casos, como o Espermograma pelos homens e o Ultrassom Transvaginal pelas mulheres.
O próximo passo é estabelecermos um plano de tratamento que será recomendado de maneira individualizada, de acordo com o histórico de cada paciente, que leva em consideração os aspectos técnicos e também a preferência do casal.
Principais Exames
- Avaliação da Reserva Ovariana
- Avaliação da Ovulação
- Avaliação do Útero
- Avaliação das Tubas Uterinas
- Pesquisa de Endometriose
- Avaliação da Fertilidade Masculina (espermograma)
- Análise Genética de Embriões
Dúvidas frequentes sobre exames
Perguntas mais frequentes sobre “Investigação da infertilidade”:
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Para decidir o momento de fazer a investigação da infertilidade leva-se em consideração a idade da mulher, a probabilidade de haver alguma alteração que cause infertilidade e a chance de resultados falso-positivos nos exames solicitados (o que levaria a mais exames ou até a tratamentos desnecessários). Recomenda-se investigar causas de infertilidade após 6 meses de tentativas quando a mulher tem mais do que 35 anos. Com mais de 40 anos, recomenda-se investigar até mesmo antes disto. Portanto, a pesquisa será feita de acordo com a idade da mulher e a presença destes outros fatores.
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Não há apenas um exame que deva ser feito primeiro e de forma isolada, mas sim um conjunto. Isto porque é muito comum encontrarmos mais de uma alteração que explica a dificuldade de engravidar de um casal. Por isto, recomenda-se investigar em todo casal que está com dificuldade para engravidar: a ovulação, o estado das tubas uterinas, a anatomia do útero, o sêmen (quantidade, movimentação e forma dos espermatozoides) e a reserva ovariana.
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Ter tido filho(s) antes sem dúvida é um bom sinal, mas não exclui a possibilidade de ter aparecido (ou se agravado) algum fator depois desta gestação e que agora esteja atrapalhando a ocorrência de uma nova gravidez. Apenas como um exemplo, mas não se limitando a isto, uma condição masculina chamada varicocele pode se agravar progressivamente e vir a atrapalhar a produção de espermatozoides apenas depois de um certo tempo. Nas mulheres, a endometriose (dentre outras) também é uma doença que pode piorar com o tempo e vir a atrapalhar a ocorrência de uma segunda ou terceira gestação, enquanto que a(s) primeira(s) podem ter acontecido sem maiores dificuldades.
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Uma das maiores pistas sobre a ocorrência da ovulação é o padrão do ciclo menstrual. Ciclos regulares, com intervalos entre menstruações de 25 a 35 dias (e uma variação de até 5 dias entre eles) por um tempo razoável (6-12 meses) indicam que a ovulação está ocorrendo na imensa maioria das vezes, principalmente se acompanhado por sintomas pré-menstruais. Por outro lado, ciclo irregulares ou com intervalos entre menstruações persistentemente maiores de 35 dias, indicam algum distúrbio da ovulação.
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Ter um estilo de vida saudável e estar com os exames de rotina em dia sem dúvida são fatores importantes para a saúde como um todo, incluindo a saúde reprodutiva/gestacional e devem ser sempre incentivados. Contudo, não são fatores que garantem a fertilidade. Alguns fatores que provocam infertilidade não têm relação com o estilo de vida (por exemplo, a endometriose) e alguns deles, como por exemplo algumas alterações das tubas uterinas, não são detectados nos exames de rotina.
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O hormônio anti-mulleriano é um hormônio produzido pelos folículos ovarianos em crescimento. É utilizado na prática para a avaliação da reserva ovariana (estoque de óvulos nos ovários), pois sua quantidade no sangue reflete a porção ativa da reserva ovariana (os folículos que estão crescendo), que por sua vez, tem relação com a reserva ovariana como um todo.
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A histerossalpingografia (exame de raio-X com contraste utilizado para avaliar especialmente as tubas uterinas) já foi (e às vezes infelizmente ainda é) um exame bastante desconfortável de se fazer, apesar de muito importante na investigação da infertilidade. Contudo, a utilização de equipamentos e técnicas mais modernas, além de pessoal treinado e experiente, modificou significativamente a percepção das pacientes em relação a este exame, que atualmente e dependendo do local onde for feito, costuma ser muito bem tolerado.