Quando é recomendado congelar embriões
O congelamento de embriões é uma técnica que consiste na preservação de embriões formados a partir de um tratamento de fertilização in vitro (FIV) em criogenia. Esta técnica é utilizada em quatro situações, todas no contexto do tratamento de FIV. Confira quais são elas:
- Quando há embriões excedentes nos tratamentos de FIV. Às vezes, o número de embriões viáveis formados durante a FIV é maior do que se pretende/permite transferir ao útero de uma só vez. Nestes casos, os embriões excedentes devem ser congelados (criopreservados) de acordo com a regulamentação vigente para este tipo de tratamento.
- Quando as condições não são ideais para transferir o(s) embrião(ões) ao útero “à fresco”, isto é, no mesmo ciclo no qual são formados. Quando isso acontece, os embriões formados durante a FIV são todos congelados e aguardamos um ou mais ciclos até que as condições do útero e as condições hormonais da mulher sejam ideais para receber os embriões.
- Quando é necessário fazer uma biópsia do embrião para análise genética. Neste caso, é recomendado o congelamento do embrião até que o resultado da biópsia fique pronto e assim, saibamos se aquele embrião terá boas chances de evoluir para uma gestação.
- Quando o casal pensa em uma gravidez no futuro e gostaria de manter suas chances de sucesso no tratamento (preservação da fertilidade). Afinal, sabemos que quanto mais jovem são os gametas, maior é a probabilidade deste embrião evoluir para uma gravidez. Nestes casos, o congelamento de embriões também pode ser uma alternativa, além do congelamento de óvulos.
E como o congelamento de embriões é feito?
A única maneira de conseguirmos fazer o congelamento de embriões é por meio da FIV. Aqui neste artigo, você pode ter mais informações sobre este tipo de tratamento.
Os embriões podem ser congelados em qualquer etapa do processo de cultivo no laboratório, contudo, é mais comum congelar aqueles que já passaram por todas as etapas do cultivo e estariam “prontos” para serem transferidos ao útero. Os embriões são congelados em nitrogênio líquido a uma temperatura de -196ºC, por meio de uma técnica de congelamento rápido chamada vitrificação. Para protegê-los do efeito do congelamento, eles recebem previamente um material crioprotetor, que impede a formação de cristais de gelo no interior de suas células no momento do congelamento. Esta técnica proporciona uma taxa de sobrevivência alta dos embriões (superior a 90%), mantendo uma chance de implantação no útero praticamente idêntica a de embriões “à fresco”. Depois disso, os embriões são acondicionados em dispositivos especiais para o congelamento, chamados de paletas, que são identificadas com os dados dos pais.
Provavelmente, você deve estar se perguntando: qual é o prazo máximo para que os embriões fiquem criopreservados sem perder sua qualidade?
Apesar de a maioria dos embriões criopreservados ser usada em até 5 anos a partir da data do congelamento (por decisão dos próprios pacientes), atualmente não há um prazo máximo para que eles permaneçam congelados. Inclusive, existem relatos de gestações de crianças saudáveis com o uso de embriões congelados por mais de 20 anos!
Qual o melhor momento para transferir ao útero embriões que foram previamente congelados?
A resposta para esta pergunta é diferente para cada paciente. Isso porque o plano de tratamento é individualizado e pode variar de acordo com alguns fatores, como a idade da mulher, se é necessário fazer algum tratamento para corrigir alguma alteração no útero antes da transferência do(s) embrião(ões), número de filhos que o casal pretende ter, intervalo ideal entre duas gestações consecutivas, etc.
Se você se interessa por este assunto, pensa em preservar embriões ou se está tentando engravidar há algum tempo sem sucesso, não deixe de conversar com um especialista em reprodução humana para receber todas as informações necessárias.