A investigação começa sempre com uma consulta médica, na qual são feitas perguntas e o exame clínico, para tentar encontrar pistas sobre a(s) possível(is) causa(s) da dificuldade. A consulta é complementada por exames, pertinentes às hipóteses levantadas, que ajudarão a esclarecer a(s) causa(s) do problema.
Um dos princípios básicos da investigação da infertilidade é que o casal deve ser investigado em conjunto. É muito comum encontrarmos mais de uma alteração que explique a dificuldade para engravidar, por isto é sempre importante fazermos a investigação básica completa do casal, mesmo quando há um fator identificado que possa explicar sozinho a dificuldade.
A investigação básica, feita em todas as pessoas que apresentam dificuldade para engravidar, inclui a avaliação dos ovários, da ovulação, das tubas uterinas e do útero nas mulheres, e do sêmen nos homens. Dependendo das hipóteses feitas em consulta e/ou dos resultados dos exames iniciais, pode ser necessário avançar com a investigação ou procurar outros fatores, como por exemplo a endometriose. Frequentemente a investigação e o tratamento da infertilidade envolvem mais de uma especialidade médica, com destaque para a atuação do ginecologista e do urologista.
Mesmo após a utilização de todos os recursos disponíveis, alguns casais ficam sem uma explicação precisa do motivo de sua dificuldade para engravidar. É a chamada “infertilidade sem causa aparente”. Não significa que não há um problema, mas sim que o conhecimento e a tecnologia disponíveis no momento têm um limite, não permitindo um diagnóstico preciso da causa do problema. Mesmo assim, há formas de tratamento recomendadas nestas situações, de acordo com características individuais identificadas pelo médico.
Referências: The Practice Committee of the American Society for Reproductive Medicine. Diagnostic evaluation of the infertile female: a committee opinion. Fertility & Sterility 2012; 98: 302-307.